terça-feira, 25 de maio de 2010

HISTÓRIAS DO MILSON HENRIQUES

Trabalhei em Agência de Publicidade no Rio de Janeiro no final dos anos 50 e em Salvador em 1963. Em 64, por conta da Revolução Militar, quis ir para o Uruguai e, sem dinheiro, vim “descendo” de ônibus. Em Vitória a grana acabou, tinha de trabalhar para conseguir continuar. A coisa mais próxima de uma Agência aqui era uma fábrica de flâmulas, a Nick Propaganda que também pintava painéis de beira de estrada e letreiros para tapumes. Embora pagasse pouco, foi a salvação. Desenhava a maquete de um edifício – se não me engano o Kennedy, em frente ao Penedo – fui visto por Cariê Lindenberg que perguntou se eu queria ser artefinalista de uma Agência, que, com alguns companheiros estava começando a criar, a Eldorado Publicidade, que trabalhava principalmente para a Eldorado Melhoramentos. Topei na hora! Estava pensando em fugir, prosseguir viagem de carona, já estava devendo dois meses para a Pensão São Jorge... A Eldorado foi realmente o meu Eldorado, a salvação que me fez ficar nesta terra que agora é minha.
Cariê, Gilberto Pacheco, José Roberto Prado, Oswaldo Oleari, Janc – meu chefe direto... Através dessas pessoas conheci Carmélia, Toninho Neves, Cláudio Lachinni, Xerxes Gusmão, Marien Calixte... e alguns funcionários da firma, um rapaz carioca chamado Alencar que nunca mais vi, um garoto muito inteligente, “boy” da firma, o Ivan, filho do jornalista Barbirato, a secretária Marluce, filha de Gabino Rios... tudo acho, que no último andar do Edifício Banco Mineiro da Produção, atrás do Teatro Glória.
A primeira campanha que desenhei foi para o Atalaia Yate Club em Guarapari. Depois nos mudamos para o Parque Moscoso, e lá, já com um cliente de peso, Chocolates Garoto, estavam também Olívio Cabral, os desenhistas Gilson Lourenço, Coutinho, Wilde... bem, tudo isso é muito vago, posso ter errado alguma coisa, esquecido algum nome, afinal, já se vão mais de 40 anos... acho que no Parque Moscoso Cariê e Gilberto não estvam mais, era só o José Roberto e Oleari, não lembro direito. Também não lembro o ano nem o motivo de minha saída, mas creio que comecei a trabalhar em jornal, no Serviço de Turismo, na Fundação Cultural, no Teatro Carlos Gomes, era tudo ao mesmo tempo, era muita coisa...
Tembém não lembro o ano (acho que 1975), mas quando o Marcos Alencar e Humberto Musso fundaram a Uniarte, na cidade alta, lá estava eu voltando a trabalar em Agência. Também não lembro a causa da saída, só sei que não foi com inimizade, em nenhuma das duas. A última Agência que trabalhei, também inaugurando com muito orgulho, foi a H.D., de Hélio Dórea. Essa mais recente (?) creio que em 1996 e só sai ao ser convidado para ser Diretor do Teatro Muncipal de Vila Velha. Hélio, bom amigo compreendeu minhas razões.
Eis as minhas confusas e saudosas experiências com as Agências de Publicidade de Vitória.
Maior alegria? Quando fiz o desenho para o lançamento de uma caixa de bombom da Garoto.
Maior tristeza? Não lembro, acho que não tem. Só muitas saudades...
Milson Heriques

Um comentário:

  1. Milson, seu único neurônio rrreaaalmennttteee faiô: na rua Henrique Coutinho, Parque Moscoso, em frente à casa do Luiz Buaiz, o Cariê e o Gilberto Pacheco da Costa continuavam sócios. Foi lá que nós criamos e desenvolvemos toda a campanha de lançamento da Realcafé Solúvel, do Jônice Tristão, entre outras - as da Garoto, inclusive.

    Além disso, o Janc sempre criou e desenvolveu todos os leiautis de todos os anúncios da agência, que caiam nas mãos do artefinalista Milson - depois, auxiliado por José Marcos Borges Coutinho, Wildi Lourenço...

    Oleari 2010

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